É o termo que Jung usou para
se referir ao processo que realizamos ao longo de nossa vida no sentido de nos
tornarmos os seres humanos completos que nascemos para ser. A individuação é
nosso despertar para o ser total.
É chamado “individuação” porque esse processo de
construir a nós mesmos e nos tornarmos completos também revela nossa estrutura especial, individual.
Jung enfatizou a
singularidade da estrutura psicológica de cada ser.
Quanto mais encaramos o
inconsciente e fazemos uma síntese entre o seu conteúdo e o que está na mente consciente, mais percebemos o sentido de nossa
individualidade única.
Cada um de nós tem uma estrutura psicológica distinta e é só pela
vivência desta estrutura inerente que descobrimos o que significa ser um
indivíduo.
Para a visão de mundo
Junguiano, o homem só se torna um ser integrado, tranquilo, fértil e feliz
quando (e só então) o seu processo de individuação está sendo realizado, quando
consciente e inconsciente aprenderem a conviver em paz e completando-se um ao
outro.
Essa história do fazedor de chuvas de Kiao Chan, foi contada a Jung por
Richard Wilhelm, sinólogo, que fez a tradução do I. Ching e exemplifica a sincronicidade como um aspecto do processo de individuação e da humanização do ser humano.
“Havia
uma grande seca. Durante meses não caíra uma gôta de chuva na região de Kiang Su
e a situação tornava-se catastrófica. Os católicos faziam procissões, os
protestantes oravam e os chineses queimavam varetas de incensos e disparavam
canhões para afugentar os demônios da seca, porém sem nenhum resultado.
Finalmente, os chineses disseram: “Buscaremos o fazedor de chuvas”. E apareceu
um velhinho magérrimo, vindo de outra província. A única coisa que pediu foi
uma pequena casa tranquila, no alto de uma montanha próxima, onde se trancou durante três dias. No quarto
dia, formaram-se nuvens e houve uma grande tempestade para alegria geral de
todos. A cidade fervilhava tanto de comentários a respeito do maravilhoso
fazedor de chuvas que Richard Wilhelm foi perguntar ao homem como ele a havia
realizado. Indagou de modo típicamente europeu: “Chamam-no de fazedor de
chuvas; poderia me dizer como causou a chuva?”. A o que o pequeno chinês respondeu:
"Eu não sou o responsável pela chuva". “Mas
o que você fez durante esses três dias?”
“Eu
notei que as pessoas estavam muito perturbadas e “fora do Tao” ;isso me
contaminou e eu tive de esperar 3 dias,
para “voltar ao Tao”; então, naturalmente, a chuva caiu.”
Seminário realizado pelo Núcleo de Estudos Junguianos- Bahia