segunda-feira, 4 de março de 2013

Processo de Individuação




É o termo que Jung usou para se referir ao processo que realizamos ao longo de nossa vida no sentido de nos tornarmos os seres humanos completos que nascemos para ser. A individuação é nosso despertar para o ser total.
É chamado “individuação” porque esse processo de construir a nós mesmos e nos tornarmos completos também revela  nossa estrutura especial, individual.
Jung enfatizou a singularidade da estrutura psicológica de cada ser.
Quanto mais encaramos o inconsciente e fazemos uma síntese entre o seu conteúdo e o que está na mente  consciente, mais percebemos o sentido de nossa individualidade única.
Cada um de nós tem uma estrutura psicológica distinta e é só pela vivência desta estrutura inerente que descobrimos o que significa ser um indivíduo.
Para a visão de mundo Junguiano, o homem só se torna um ser integrado, tranquilo, fértil e feliz quando (e só então) o seu processo de individuação está sendo realizado, quando consciente e inconsciente aprenderem a conviver em paz e completando-se um ao outro.  
 
    Essa história do fazedor de chuvas de Kiao Chan, foi contada a Jung por Richard Wilhelm, sinólogo, que fez a tradução do I. Ching e exemplifica a sincronicidade como um aspecto do processo de individuação e da humanização do ser humano. 
“Havia uma grande seca. Durante meses não caíra uma gôta de chuva na região de Kiang Su e a situação tornava-se catastrófica. Os católicos faziam procissões, os protestantes oravam e os chineses queimavam varetas de incensos e disparavam canhões para afugentar os demônios da seca, porém sem nenhum resultado. Finalmente, os chineses disseram: “Buscaremos o fazedor de chuvas”. E apareceu um velhinho magérrimo, vindo de outra província. A única coisa que pediu foi uma pequena casa tranquila, no alto de uma montanha próxima,  onde se trancou durante três dias. No quarto dia, formaram-se nuvens e houve uma grande tempestade para alegria geral de todos. A cidade fervilhava tanto de comentários a respeito do maravilhoso fazedor de chuvas que Richard Wilhelm foi perguntar ao homem como ele a havia realizado. Indagou de modo típicamente europeu: “Chamam-no de fazedor de chuvas; poderia me dizer como causou a chuva?”. A o que o pequeno chinês respondeu:
"Eu  não sou o responsável pela chuva". “Mas o que você fez durante esses três dias?”
“Eu notei que as pessoas estavam muito perturbadas e “fora do Tao” ;isso me contaminou e eu tive de esperar  3 dias, para “voltar ao Tao”; então, naturalmente, a chuva caiu.”
Seminário realizado pelo Núcleo de Estudos Junguianos- Bahia