segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bate-papo: O Encontro Amoroso

Data: 09 de junho (quarta-feira) - 19:30h
Evento: Gratuito (confirmação prévia)
Informações: 3271-3640 / 9201-0250 / 9992-0061

Interpretação do filme Avatar

“Quando eu estava no hospital para veteranos,
com um vazio no centro da minha vida,
comecei com esses sonhos sobre voar: Eu era livre...”

O Filme Avatar nos leva a um mundo espetacular criado pela Imaginação Criadora de James Cameron e faz-nos entrar com ele, nessa grande fantasia de Ficção Científica, abordando o futuro do Planeta Terra.

Em 2051, o nosso Planeta, com seu Ecossistema devastado e quase todo destruído pela ação humana, parte definitivamente para a conquista do espaço. O lema destruir e ocupar, do antigo modelo colonialista imperialista, que acompanha a história da humanidade, continua valendo, ocultas sobre as novas e quase invencíveis armas da avançada tecnologia bélica. O discurso egóico inflado com a certeza ilusionária da superioridade humana sobre os outros seres vivos, alienígenas ou não, continua dando energia a uma sociedade militarista em busca de lucros e poder. O desrespeito por todas as formas de vida: animal, vegetal e mineral continua prevalecendo. Um mundo dissociado, fragmentado e sem alma, onde a mente analítica e a razão ainda dominam.

É nesse contexto que ocorre a descoberta de Pandora, uma das luas de Phobemius, que órbita a Constelação de Alpha de Centauros, distante da Terra aproximadamente 6 anos de viagem no espaço. Pandora transforma-se em mais um desafio de conquista militar para extrair um precioso minério, o Unobtanium, que resolveria o problema de energia na Terra, e faria fortunas incalculáveis, conquistando os nativos do planeta os Na’vi, que eram considerados primitivos.

Avatar conta a Jornada Iniciática de um Herói, Jake Sully, que representa simbolicamente toda a humanidade. A missão heróica é a busca de autoconhecimento, que é chamado de Processo de Individuação na Psicologia Junguiana. Durante a trama podemos observar as várias fases desse processo, que é a transformação do Ego, em seu caminho para o Self. . O filme utiliza uma linguagem simbólica e arquetípica, própria do inconsciente.

A Jornada sempre inicia com um conflito e uma escolha que deflagra o Nascimento do herói. Jake Sully tendo escolhido a vida militar, verá seus sonhos desmoronarem depois de ter sido ferido em combate ficando paraplégico. Sincronicamente seu irmão gêmeo, Tom que era um intelectual e cientista, perdera a vida em um estúpido assalto. Dois irmãos gêmeos, com escolhas polares: a ciência e a guerra, seus destinos se encontram novamente. Um morre para o outro renascer.

A atmosfera de Pandora era inapropriada para a sobrevivência humana, e isso gerou a necessidade do desenvolvimento de um projeto científico de altíssimo nível e custos, contando com os mais gabaritados cientistas da Terra, entre os quais Tom, para o trabalho de exploração do novo planeta e aprendizado sobre o povo Na`vi.

Um Avatar é um humanóide hibrido de DNA humano e extraterrestre. Cada humano que cede seu material genético é um Piloto de Avatar e se conecta com ele através de seu sistema nervoso. Jake por ser irmão gêmeo de Tom, recebe a proposta dos militares de tomar o seu lugar no projeto, evitando a perda do investimento financeiro.

Em Pandora, Jack conhece o Chefe da Segurança, homem tirano e déspota, com seu discurso egóico centrado no poder e na hierarquia. Personagem representante da Sombra está contida nele, toda maldade, insanidade, frieza, falta de ética e de moral. Dissociado de suas dimensões profundas, sem alma, vivia exclusivamente no mundo dos instintos. Seu lema era destruir, assimilar e conquistar.

No Biolaboratório, Jack é mal recebido pelo Chefe do Projeto, a botânica Grace Augustine que o julga incompetente e incapaz para compor a sua equipe, onde seria uma espécie de segurança. Ela é considerada uma lenda: mulher com um animus forte, traços de natureza yang, enérgica, masculinizada e entronizada em seu lugar de mando e poder, assumindo e identificando-se com sua Persona. Seu lado racional, cientificista falava sempre mais alto. A todo o momento Grace é relembrada que o principal objetivo do programa científico era diplomático e visava melhorar a relação com os Na’vi e fazer com que cooperassem na exploração do Unobtanium que se encontrava em todo subsolo do planeta e principalmente abaixo da Grande Árvore que servia de habitação coletiva dos nativos.

O modo de fazer a conexão com o Avatar era: “relaxe e deixe sua mente vazia” quando o homem dorme e entra em estado alterado, sua Consciência se transfere para o corpo do Avatar, animando-o e quando este dorme o corpo do homem acorda. Podemos ver nessa imagem simbólica a imersão no Inconsciente através dos Sonhos que ocorre conosco todas as noites. Pandora é o inconsciente, a grande Matrix da vida, que nos convida a uma nova realidade. Através do mergulho em nosso mundo interno, por meio dos sonhos, das fantasias, das imagens, das artes (música, poesia, literatura), dos contos, dos mitos, se realiza o processo de autoconhecimento. A dialética entre os opostos consciente e inconsciente, interior e exterior, realidade e fantasia promove a transformação. Podemos dizer então que simbolicamente Pandora é a Grande Mãe, o vaso e continente, aonde o herói, Criança Promessa, irá ser gestado.

Além de tomar o lugar do irmão Tom no projeto Avatar, Jake deveria ser um espião, um informante, se infiltrando entre os Na`vi para ganhar sua confiança e descobrir suas fraquezas e caso eles não cooperassem seriam destruídos. Tornando-se traidor, seria recompensado com uma neurocirurgia que reaveria o movimento de suas pernas. Observamos aí o Herói cara a cara com sua Sombra, àqueles conteúdos da nossa psique que desejaríamos que não existissem que são reprimidos, negados e esquecidos. É preciso entrar em contato com nosso lado escuro para aceitá-lo e integrá-lo. No filme temos um herói bem humano, com sombra: um herói que transgride. A função do herói é a união das Polaridades, equilíbrio dinâmico em busca da inteireza. Tipicamente o herói é aquele que se encontra em desvantagem no momento, no caso um deficiente físico que simbolicamente representa a Função Inferior, aspectos que não foram ainda desenvolvidos na consciência.

Um Na`vi tem mais de três metros de altura, pele azulada, uma cauda em prolongamento da coluna vertebral e fisionomia ligeiramente felinas, olhos com íris amarela e um esqueleto formado de fibras de carbono que lhe permite uma flexibilidade incrível. Além de um físico forte, seus sentidos são muito desenvolvidos, possuindo uma espécie de Crina de Cabelos que funciona como um órgão de conexão neuronal com os outros seres do planeta.

Jake apesar da falta de treinamento se conecta com facilidade com seu Avatar. Sua imagem corporal estava fragmentada pelo trauma do acidente que sofrera e ao fazer conexão encanta-se com as possibilidades do novo corpo. A nova identidade corporal lhe permite possuir novamente domínio das suas pernas, experimenta a liberdade de mover-se, de correr, de sentir o chão sobre os pés, a terra.

Em sua primeira exploração em Pandora, acompanhado da equipe científica, Jake armado, sai impelido pelo espírito de aventura, investigando o ambiente desconhecido. Frente à ameaça de animais alienígenas, prepara-se para atacar e defender-se e comporta-se como a naturalidade de uma criança, o que faz com que não tenha noção do perigo que enfrenta. Acaba se perdendo dos outros.

Sozinho na Floresta, Jack passa pela sua Primeira Iniciação. É noite e ele defende-se com uma tocha de Fogo de animais ferozes, que tem seu território invadido, e mata para não morrer. É observado por uma mulher Na’vi, a princesa Neytiri, que recebe um sinal para não matá-lo e o defende, repreendendo-o severamente por sua atuação.

Jake recebe sincronicamente, uma Benção Divina, milhares de sementes da Árvore Sagrada das Almas, espíritos muito puros, o envolvem. Nesse momento constela-se o arquétipo do Escolhido, aquele que vem do exterior, para cumprir uma missão libertadora. Questionada sobre o motivo de tê-lo salvo ela responde que ele tem um ”Coração forte, sem medo, mesmo sendo estúpido e ingênuo como uma Criança”. A Consciência Humana é ainda infantil, sob o controle do Ego.

Neytiri é a filha do Chefe do Clã, o maior dos Guerreiros e da Xamã e sacerdotisa, aquela que interpreta a vontade de Eiwa, divindade feminina, representante da Grande Mãe que cultuavam.

Jake é iniciado num Ritual de Reconhecimento em que a xamã pergunta seu nome e o motivo pelo qual ele está ali; em seguida ela prova o seu sangue para sentir sua essência e afirma: “Te vejo”. É preciso em primeiro lugar ter um Nome, ser nomeado, isto é ter um rosto uma Identidade. O fato de ser Guerreiro o diferencia da equipe de cientistas e desperta o desejo daquele povo de conhecê-lo. Então vamos ver se sua loucura pode ser curada, diz ela.

Neytiri mesmo contra à vontade, é designada para proteger e ensinar a Jack ser um deles, seus costumes. Começa então o preparo do herói para realização das Provas Iniciáticas.

O Povo Na`vi, é uma sociedade matriarcal onde uma mulher ocupava o cargo de Xamã do clã e um Guerreiro Homem a liderança política no cargo de Rei, protetor e gestor da paz. Cultuavam uma divindade espiritual que chamavam de Eiwa, presente em todas as manifestações de vida vegetal e animal e no ambiente físico do planeta. Eiwa é uma espécie de Grande Mãe arquetípica, é a força que dá sustento e possibilita a ordem no mundo. Viviam integrados com a Natureza interna e externa, com o objetivo do “religare”, reconecção com o divino. Eiwa é a própria Pandora, que está viva. As raízes das árvores e de toda a vida vegetal de Pandora formam conexões eletroquímicas e efetivamente agem como neurônios, criando uma rede cerebral com Consciência. Faziam parte de uma Grande Teia de Intercomunicação e Hierarquia Entrelaçada. Eiwa ou a Deusa é o princípio básico, feminino, a anima ou alma do mundo.

Ao contrário de nós, os Na’vi integravam seus níveis de energia, vivendo em profunda Conexão com a Fonte da energia vital. Faziam isto através de uma extensão de seus cabelos, uma Crina, que conectavam com crinas de animais, com ramos da Árvore das Almas e com eles mesmos estabelecendo vínculos através do contato de terminações nervosas. Observamos aí uma integração de três níveis básicos: o primeiro com nossas raízes, com a terra, instintos básicos, o segundo com a vida relacional, com o outro e consigo mesmo, e o terceiro com a espiritualidade ou transcendência, o céu, a divindade e o sagrado. Rezavam em grupo em círculos. Faziam Mandalas de oração, de agradecimento e de cura.

A vida comunitária era baseada na igualdade e na fraternidade vivendo juntos em uma Grande Árvore Sagrada, que era seu Lar, sua aldeia.

Jake começa a viver uma vida dupla, como Humano e como Avatar. Recebe treinamento de Neytiri, para ser um Guerreiro Na`vi desenvolvendo concentração e foco, aprendendo a se movimentar na floresta pelas árvores. Jake dá informações e ensina aos militares a estrutura interna da Grande Árvore, traindo os Na`vi.

À medida que o tempo passa Jake vai ficando mais forte e mais adaptado. Aprende a caçar e atirar com o Arco e Flecha e a montar no Direhorse fazendo conexão com o animal. Vai aprendendo a linguagem da natureza e se integrando. Vê a floresta através dos olhos de Neytiri. Presencia um Ritual de Sepultamento, onde o povo reverencia o corpo do morto, que deve retornar à terra, pois toda energia é somente emprestada e um dia deve ser devolvida. A alma volta para Eiwa, assim como a dos animais que são mortos, com muita gratidão, para que seu corpo sirva de alimento.

No próximo Ritual, Jake tem que enfrentar uma prova de extrema coragem para se distinguir como caçador e Guerreiro. Ele sobe pelas Montanhas Flutuantes, até o ninho do Ikran ou Banshes que era um pássaro selvagem das montanhas e lá tem que escolher com o coração e ser escolhido por um deles, que tentaria de imediato matá-lo. O elo entre eles duraria até a morte.

O contato de Jake com Grace através do Avatar promove uma mudança no relacionamento aproximando-os e tornando-os amigos.

Jake vai se identificando cada vez mais com a sua nova vida em Pandora e já não sabe mais quem é. Depois de três meses, já no fim de sua missão, volta a se encontrar com o chefe dos militares, que lhe parabeniza pelo trabalho e diz que ele já pode ter suas pernas de volta. Jack pede mais um pouco de tempo, para se tornar um Na’vi e facilitar a negociação para a saída do povo da Grande Árvore.

Jack é preparado por Neytiri, para o Ritual de Confirmação, pois toda pessoa nasce duas vezes, a segunda é quando ele faz valer seu lugar entre seu povo para sempre.

À medida que prosseguia o aprendizado, através da relação com Neytiri essa amizade foi se transformando em um encontro de almas.

Jake foi se despojando das Máscaras, entrando em contato com suas emoções e sentimentos, com sua Anima, se interiorizando. Ela era o seu Auxiliar Mágico e ao mesmo tempo a sua figura feminina interior: a Anima, sua essência Yin. O relacionamento com ela vai abrindo seu coração para o amor e sua redenção. Realiza-se o casamento Alquímico, da união das polaridades masculinas e femininas. Jack e Neyriti, afirmam seu. Amor.

As máquinas chegam para destruir a Árvore das Vozes. Na aldeia Jake tenta explicar que o Povo do Céu vem destruir a Árvore e confessa à aldeia que já sabia do ataque, que foi um traidor e que tinha vindo como informante, mas que depois tudo mudou, pois agora ele é um deles. Neytiri revela que eles fizeram à conexão, transgredindo o seu papel de noiva de Tsutey. Ela e a aldeia não perdoam Jake que é aprisionado com a Dra. Augustine. A Grande Árvore é derrubada e os Na’vi fogem desesperados. O Rei é morto e passa o Arco do poder para a filha. A Xamã liberta Jack e pede ajuda. Na fuga o Avatar dele e da Dra. sáo desligados pelo general e eles são aprisionados. O povo Na’vi agora chefiado por Neytiri se refugia na Árvore das Almas.

Ajudado por seus amigos, Jack e Grace fogem de helicóptero levando o laboratório móvel de Conexão. Na fuga a Dra é gravemente ferida.

O herói está arrependido: “Eu era um Guerreiro que sonhou que poderia trazer a paz. O Proscrito, o Traidor, o Alienígena, eu estou num lugar em que os olhos não podem ver. Eu precisava da ajuda deles e vice-versa, agora para encará-los é preciso fazer tudo diferente”. Neste momento de reflexão cara a cara com seu passado que não podia mudar, e com sua Sombra, o nosso Herói parte para a Ação de Reconstrução Interna, não se deixa derrotar, levanta a cabeça e luta. Reúne as formas de como mostrar que se arrependera que pode fazer diferente e que agora merecia novamente confiança. Primeiro é preciso mostrar para ele mesmo sua capacidade, sua força e por isso arriscando sua vida procura e encontra o Grande Leonopteryx e montando-o tenta com ele uma conexão que é aceita. Simbolicamente podemos dizer que fazemos contato com nossas entranhas, nossos instintos que nos move para a mobilização. Jake retorna vitorioso a Árvore das Almas como Turuk Makto, e é recebido com espanto por todos. “Eu vejo quem você realmente é”, Neytiri o perdoa e o acolhe e reafirmam seu vínculo de amor. É a morte alquímica do Velho Rei que deve ceder o lugar para o Novo Rei que o assume como um novo centro, ou novo Self.

Jake pede ajuda para salvar Augustine e leva seu corpo humano para junto de seu Avatar, sob a Árvore. Realiza-se um Ritual de Reanimação em que a Xamã e todo o povo unidos em um único fluxo de energia, conectados com Eiwa, tentam trazer a alma do corpo da Dra. transmigre definitivamente para o seu Avatar. Para isso ela tem que passar pelos olhos de Eiwa, mais é inútil.

Jake pede a ajuda de Tsu’tey, e conclama o povo para uma rebelião: "E nós vamos mostrar ao Povo do Céu, que não podem tomar o que eles querem. E que esta é a nossa terra!". Os Clãs sáo mobilizados. Jack vai à Árvore das Vozes e pede a Eiwa que os ajude, e Neytiri lhe diz que a Mãe natureza não toma lados, apenas promove a manutenção do equilíbrio da vida. A Batalha Final começa: os terrestres com suas armas de fogo e os Na’vi com seus métodos naturais.. Em dado momento os animais de Pandora aparecem de todos os lados para salvar o planeta em sinal de que Eiwa atendera ao pedido de Jake.

A batalha entre o bem e o mal, começa entre o coronel e Neytiri, que é salva por Jack. Os dois se enfrentam até que o coronel quebra um dos vidros do laboratório e desacorda Jake. Agora é vez de ela o salvar, matando o coronel e reanimando o corpo humano de Jack que diz ao acordar: “Te vejo.” Nesse momento ela demonstra que o ama como ele é verdadeiramente, humano.

Os humanos são expulsos de Pandora.

No laboratório, no dia 24 de agosto de 2154, data do seu nascimento, Jake realiza um Ritual de Despedida, pois escolhera viver definitivamente em seu corpo de Avatar. Todo o clã e a Xamã estão novamente em sintonia com Eiwa, para que a Consciência de Jack transmigrasse definitivamente para o seu Avatar, ele iria nascer novamente. O encontro com o Self é exatamente um renascimento simbólico. É a Transcendência e união com o Cosmos Unus Mundus, visão unitária onde não há separação entre mundo externo e interno, equivale a uma visão de totalidade psíquica, universal. Ele havia reencontrado sua Inteireza.

No nível da Psicologia Junguiana, podemos relacionar os personagens arquetípicos do filme como pertencentes a nossa própria subjetividade. Assim Jake seria o nosso Ego em transformação em seu caminho para a transcendência. Seria o nosso Guerreiro Interior. O Coronel nossos conteúdos de sombra, Neytiri nossa anima, essência feminina interior, o auxiliar mágico para a inteireza, e Augustine o animus feminino.

Na mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia do titã Prometeu em roubar dos céus o segredo do fogo e entregá-lo à humanidade. Epimeteu, cujo nome significa ficou encantado com a beleza de Pandora e a tomou como esposa. A caixa de Pandora foi então aberta e de lá escaparam a Senilidade, a Insanidade, a Doença, a Inveja, a Paixão, o Vício, a Praga, a Fome e todos os outros males, que se espalharam pelo mundo e tomaram miserável a existência dos homens a partir de então. Só restou dentro a Esperança, uma criatura alada que estava preste a voar, mas que ficou aprisionada na caixa... e é graças a ela que os homens conseguem enfrentar todos os males e não desistem de viver. Podemos dizer que Pandora é a Esperança, de que a Humanidade desperte a tempo de salvar a espécie. Que o Ser humano retome seu verdadeiro lugar na trilha da evolução buscando a reunião de suas partes fragmentadas, através da integração das polaridades, equilíbrio dinâmico dos opostos, em busca de uma Nova Inteireza, que possa trazer Paz e Luz para o planeta Terra. Pandora é também uma Lua que é um símbolo do feminino da deusa e da anima mundi como elementos essências na nova pedagogia do SER.

Avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal, segundo a religião hindu, por vezes até do Ser Supremo. Refere-se a um Ser espiritual, divino, encarnado, e, portanto todos nós somos um Avatar em potencial para ser despertado, através do desenvolvimento da Consciência.

“Cedo ou tarde, temos que despertar.”
 
Márcia Silveira Costa Hita
Médica e Psicoterapeuta Junguiana, Membro do Núcleo de Estudos Junguianos - Bahia e do Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT - Unipaz-BA)